Como perdemos energia agradando aos outros

Às vezes é preciso organizar o externo, para arrumar o interno
A pandemia tirou muitas máscaras

Quando a busca de aceitação extrapola crenças e o bem-estar pessoal, causamos um dano a nós mesmos. (Foto: Pixabay)

O homem é um ser social. Por isso é natural que busque agradar pessoas de seu meio. Isso é natural, e todos nós já fizemos ou nos encontramos nessa situação. Queremos agradar, porque queremos fazer parte. Queremos aceitação. Queremos ser amados. Até aí, não há nada de errado. É muito bom ser aceito e amado. Mas quando essa busca de aceitação começa a extrapolar suas crenças e bem-estar, passamos a causar um dano a nós mesmos.

 

A necessidade de agradar incondicionalmente pode ter sua raiz na infância. Na maneira como somos criados. A busca da aceitação dos pais faz com que a criança reprima suas verdadeiras vontades, fazendo apenas o que se espera que ela faça. A forma de agir, o jeito de falar, o tipo de comportamento. Tudo passa a ser reproduzido de forma a agradar os pais, ou aos adultos que a cercam. Com o tempo vão gerando mágoas, tristezas e frustrações. Não importa o quanto sucesso alcancem, ficam sempre com uma sensação de insatisfação, porque não estão fazendo nada por si mesmos. Apenas para agradar aos outros.

 

Outro fator que influencia muito nesse comportamento é a carência. Pessoas carentes, com falta de afeto em seus círculos familiares e sociais, buscam com mais afinco agradar de qualquer maneira. Acreditam que, ao agradar aos outros serão recompensados com algum tipo de afeto. Essas pessoas acabam em um círculo vicioso, porque ao se forçarem e se sacrificarem tanto para agradar criam uma atmosfera pesada, de cobrança e esforço. E isso acaba afastando as pessoal.

 

Quanto mais tentam agradar, mais afastam os outros.

 

 

Agradar ou não agradar, eis a questão!

 

Agradar aos outros não precisa ser necessariamente algo pesado. Em muitas situações sociais precisamos agradar as outras pessoas. Profissionais que trabalham com o público e com interação social precisam lidar com isso todos os dias, já que o bem-estar do outro está vinculado a percepção da qualidade do serviço que se presta.

 

Quando se agrada de forma natural, com prazer pelo que se oferece, a percepção é agradável, leve, fácil. Se focar na ‘necessidade de agradar’, o ato passa a ficar pesado. Aceite a necessidade e conveniência de agradar ao outro em determinadas situações e encare isso como parte de um processo natural, e a energia que se gera será benéfica para você e para aquele que você se relaciona.

 

Investigue internamente como você se sente em determinadas situações. Responda com sinceridade como gostaria de agir e como tem agido. Veja o que é realmente válido manter e corte os hábitos que estão sendo feitos de forma forçada e não autêntica. Você passará a se sentir muito mais leve e energizado, e será capaz de oferecer momentos mais significativos às pessoas a sua volta, que serão capazes de realmente agradar de verdade.

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